Torcer ou não torcer, eis a torcão

Zlatan Ibrahimovic diz hoje à imprensa, citado em "A Bola", que:
«Quando soube do interesse do Inter em mim fiquei muito feliz, porque é o clube que apoiava quando era mais novo».
Folgo muito em saber que o Zlatan se encontra com o seu primeiro amor. Porque diz o povo que não há amor como o primeiro. E é talvez por isso que vale tudo para voltar a cair nos bracos do primeiro amor. Tipo, como não aparecer no leito conjugal do amor de ocasião que por acaso lhe andava a pagar os salários e a projectar a carreira, e tal, e tal, e tal, por já estar a afincar a dentuca para a luxúria da noite neo-nupcial.
É esta conversa toda para dizer que me faz um bocadinho de desconforto que alguns jogadores sejam sempre desde pequeninos do clube em que estão naquele momento. Qualquer coisa do estilo: aos 23 anos o rapaz assina contrato com um clube médio, assim tipo Boavista ou Belenenses. Diz que sempre admirou a forma de estar daquele clube. Daí a duas épocas faz banzé nos jornais e birra ao presidente para o deixarem sair para um clube maiorzito e, naquela tão popularucha quanto infeliz metáfora, para não lhe amputarem os membros inferiores. Apresentado no novo clube Desportivo do Areal Praiense, tece loas ao dito, dizendo que há muito sonhava representar o Praiense, Desportivo para os amigos e Areal para os enjoados rivais. E aqui chega o fatal "Enquanto adolescente sempre torci pelo Praiense".
Depois de três anos no banco, assina por um clube da quarta divisão espanhola, do qual se diz adepto desde crianca.
Aos trinta e tal, assina pelo Carcavelinhos FC, e diz "ainda não falava e já era do carcavelinhos".
Será que estes gajos acham que somos todos estúpidos como eles?