sinais de desespero

Não tenho por hábito comentar a actualidade dos nossos adversários e há muito que não vejo um jogo de futebol em que não participe o Benfica.

Hoje não resisti às manchetes e li o discurso que PC fez na casa não sei de onde. Num impulso de masoquismo li ainda (e pela primeira vez em muitos meses) a crónica do seu fiel escriba MST.

Bom, começo por recomendar vivamente a leitura desses artigos pois trata-se das coisas mais cómicas que eu li há muito. Primeiro, PC diz-se ilibado de todas as acusações, parecendo ignorar o facto de que foi ele o primeiro a dar-se como culpado ao aceitar a sua suspensão pela Comissão de Disciplina da Liga. Mais, nunca até hoje ele negou ter recebido árbitros em casa ou o teor das escutas divulgadas publicamente. Do pouco que eu liguei aos vários processos, creio que toda a sua defesa se baseou na ilegalidade das escutas e na falta de honestidade da sua ex-mulher. Segundo, passa ao contra ataque, sugerindo a instauração de um apito encarnado, referindo-se ao que se passa "nos campos deste país"... obviamente não tem por onde pegar para acusar o Glorioso, manda antes tiros de pólvora seca para o ar. É pena, porque eu até gostava muito que de facto se abrisse um Processo Encarnado. Podia por exemplo inquirir a arbitragem do Elmano este fim de semana e o ENCARNADO mostrado ao guarda redes do Leiria. Podia também ser sobre o sangue ENCARNADO que escorria do nariz do dito guarda-redes do Leiria. Ou mesmo as orelhas ENCARNADAS do Falcão quando o dito guarde redes do Leiria lhe implorou que dissesse a verdade ao árbitro. Também ENCARNADO foi o cartão que viu o Cardozo em Braga por ter levado uma chapada e dois socos. De ENCARNADO continuam a jogar o Ney, o Vandinho e o Mossoró depois de cometerem agressões a menos de 2 metros de um árbitro assistente e amplamente divulgadas pela comunicação social. ENCARNADO de vergonha deve andar o responsável por esse inquérito... é que já passaram 73 dias desde o caso Túnel de Braga e 22 desde o caso Túnel da Luz e parece haver muito mais pressa em resolver o segundo que o primeiro.

Em relação ao MST, depois do banho monumental que levou do lagarto Zé Diogo Quintela, responde com uma crónica que é um monumento à desonestidade intelectual. Após a semana passada ter divulgado a sua promessa de não comentar arbitragens, começa a crónica de hoje com a descrição das 3 expulsões que foram perdoadas a jogadores do Benfica no jogo da Taça da Liga. É bestial ver a tese do colinho sustentada em expulsões perdoadas em jogos da Taça da Liga, sobretudo quando na recente visita do seu clube à Luz foram perdoadas expulsões evidentes ao Rodrigues e ao Pereira, e a forma perfeitamente ridícula como esta semana foi expulso o guarda redes do Leiria. Depois desculpabiliza os actos de Hulk e Sapunaru com o facto de ser proibida a presença de Stewards nos acessos aos balneários (uau!). Por fim, recusa-se a discutir com Quintela a inconsistência no seu discurso com o argumento que 8 juizes são mais credíveis que a Carolina, como se uma coisa tivesse alguma coisa a ver com a outra.

Resumindo e concluindo, PC regressou ao nível de outros tempos e MST mantém o (baixo) nível de sempre. Tanto um como o outro percebem que a equipa do Porto não vale a ponta de um chavo, que a triste figura que fizeram na recente visita à Luz vai ter consequências graves, e que para o ano o Porto provavelmente nem vai disputar as eliminatórias de acesso à Champions. Vai ser um Verão complicado no negócio do alterne quando os únicos anéis que há para vender são o Burro Alves e o super-herói. PC já tentou ressuscitar Pedroto mas duvido que tenha actualmente a força para por os seus acólitos a pedir Lisboa a Arder. Talvez faça mais sentido tentar ressuscitar o Calheiros e o Martins dos Santos, porque esses sim faziam milagres. Ou então vai ter de convencer o Vitor Pereira a escolher o Jorge Sousa para apitar todos os jogos do Benfica.

Fora de brincadeiras, o verdadeiro contra ataque vem aí. Os jogadores do Benfica têm de perceber que a partir desta semana os jogos deixam de se ganhar com fintas e tácticas, mas com inteligência, determinação e autoridade. Toda a estrutura técnica tem de ser capaz de proteger e mentalizar os jogadores para os obstáculos que se aproximam. A direcção tem que calçar as galochas e enfiar-se até ao pescoço onde as moscas (árbitros, dirigentes e jornalistas) andam.

As palavras de PC devem servir-nos de aviso e também como motivação acrescida. Quando o desespero substitui a fina ironia, significa que somos temidos. Orgulhe-mo-nos disso.

Caminhemos com elevação até à vitória final.

E Pluribus Unum