Ontem a quente, agora a frio:
Estou desiludido... desiludido porque esperava ver, nem que por uns instantes, um pouco do rolo compressor, um Benfica dominador e acima de tudo controlador. Um Benfica autoritário, confiante e seguro da sua superioridade. Não aconteceu.
Mérito aos Andrades. Engane-se quem pense que o FCPorto está fraco, que não tem defesa, ou sequer treinador. Porque tem, dos bons, e está tão forte como tem estado nos últimos 20 anos. Não é por acaso que limparam o seu grupo na Champions. É porque têm excelentes jogadores, porque têm um óptimo treinador, porque são coesos e solidários, e acima de tudo porque têm um estofo que nós dificilmente viremos a ter. E isso é muito muito triste. Quem, como eu, acredita e sente que seremos sempre (moralmente) superiores, e a quem nada menos que a vitória (retumbante e esclarecedora) é exigível, precisa de descer do pedestal e encarar a realidade dos factos.
O jogo de ontem evidenciou o que de melhor e pior têm as duas equipas. O Porto tem um meio-campo fortíssimo. Como se não bastasse, em vez de James teve Defour, o que lhes deu ainda mais consistência. Pressionaram muito e bateram muito, e rapidamente se percebeu que naquele meio campo nada passaria. O controlo do jogo no centro do terreno era completamente do Porto. Mas se tinham o controlo no meio, não tinham peso na frente para sequer assustar. Os dois golos são fortuitos, e não tiveram uma única oportunidade em 90 minutos. Do lado do Benfica houve a clarividência (ou a necessidade) de recorrer ao futebol directo. E a verdade é que de uma forma pouco estética, confusa, individualista e nervosa, conseguimos criar dois lindos golos, atirar uma bola ao poste, e criar muitos momentos de pânico junto à baliza do Porto. O futebol do Benfica resumiu-se praticamente a bolas bombeadas para as laterais, onde cruzamentos, ressaltos, cantos e lançamentos que permitiram colocar muitas bolas na área. Foi bonito? Nada. Mas podia ter sido muito eficaz. Soubéssemos tirar melhor partido dos livres e cantos (outra vez vergonhosamente marcados), com um pouco mais de sorte nas segundas bolas que pingaram na área, e podíamos ter terminado o jogo de ontem com uma vitória retumbante. Resumindo e concluindo, o Porto tem uma atitude e um controlo sobre o jogo absolutamente invejáveis. Mas se espremermos o jogo ao que se passou perto de cada uma das balizas, a vitória só podia ter sido nossa. Ontem, sem meio campo, sem talento, e sem brilho, merecemos claramente ganhar. Isso deixa-me confiante para o futuro, mas não me tira da boca o gosto de clube pequeno com que fiquei no final do jogo.
Jesus. Por uma vez não me vou alongar sobre o modelo táctico do Benfica. É o que temos, tipo uma doença venérea, e é com isso que temos de viver. Dentro do constrangimento que é jogar sem meio campo, creio que soubemos eficazmente usar as armas ao nosso dispor, e por isso Jesus está de parabéns. Ficaria doente se tivéssemos insistido em jogar de igual para igual no meio campo (eles com 4 e nós com 2). Jogámos ao pontapé para a frente, o que, dentro das condicionantes do jogo, era a única solução, e soubemos tirar partido das fraquezas do Porto na defesa. No entanto, não posso concordar com a equipa escalada por Jesus, e as substituições foram de bradar aos céus. A saída de Enzo por Martins é por demais absurda, e colocar Aimar a disputar bolas de cabeça na frente é de ir às lágrimas. Jesus parece ter esquecido os jogos absolutamente excepcionais que André Gomes e Ola John têm feito. A não convocatória do André em detrimento de Martins (foi o primeiro jogo da época?) é absolutamente incompreensível... e como precisou o Benfica (e o Super-Matic) de alguém no meio capaz de correr 13 kms e de disputar as segundas bolas que caíram todas para o lado do Porto (pudera!). Tivesse Enzo escudado por Matic e André Gomes, e não tinha precisado de sair a meio com a cabeça que nem uma barata tonta.
João Ferreira é de longe o árbitro mais isento da nossa medíocre Liga. O que não quer dizer que seja o melhor. Ontem errou várias vezes. Vários foras de jogo mal assinalados (para os dois lados) e muita permissividade em relação ao jogo duro. Maxi devia ter ido para a rua, é óbvio.... Esteve a pedi-las, estupidamente, o jogo inteiro. Mas clamar pela expulsão de Matic, é o mesmo que admitir que Moutinho, Fernando, Varela e Mangala (que fizeram mais faltas, e bem mais duras) também podiam e deviam ter ido para o banho mais cedo. Gosto de João Ferreira. Errando muito ou pouco, é o que de mais isento anda por cá. No fim, choraram os do costume, porque afinal, nalgumas coisas, também são muito muito pequenos.
Houvesse Deus, e o passe teleguiado que isolou Cardozo tinha terminado no fundo da baliza. Aimar não é Deus, mas anda lá muito perto. Uma tragédia, isso sim, seria perder o mago para um Dubai qualquer. Na nação benfiquista continua a temer-se aflitivamente a possível ida de Jesus para os Andrades. Por mim podia ir hoje, que eu ainda lhe punha um laçarote. Só um talento natural como Jesus seria capaz de rebentar com tudo o que de bom tem aquele balneário. Se os Benfiquistas pensassem um pouco mais profundamente, podiam tentar imaginar o que seria o efeito de Pablo Aimar no meio campo do Porto. Seria caso para fazerem uma corrente humana à volta do Estádio para impedir a saída do maior e melhor jogador que passou pelo nosso clube nos últimos 20 anos. Mas não.... bom bom é o Jasus.... ele valoriza muita jogadores....
PS - Alguém lembre o deus-sol que o mercado está aberto e é possível nos próximos 15 dias contratar jogadores de forma a colmatar algumas lacunas, tipo, sei lá, quatro laterais....
Estou desiludido... desiludido porque esperava ver, nem que por uns instantes, um pouco do rolo compressor, um Benfica dominador e acima de tudo controlador. Um Benfica autoritário, confiante e seguro da sua superioridade. Não aconteceu.
Mérito aos Andrades. Engane-se quem pense que o FCPorto está fraco, que não tem defesa, ou sequer treinador. Porque tem, dos bons, e está tão forte como tem estado nos últimos 20 anos. Não é por acaso que limparam o seu grupo na Champions. É porque têm excelentes jogadores, porque têm um óptimo treinador, porque são coesos e solidários, e acima de tudo porque têm um estofo que nós dificilmente viremos a ter. E isso é muito muito triste. Quem, como eu, acredita e sente que seremos sempre (moralmente) superiores, e a quem nada menos que a vitória (retumbante e esclarecedora) é exigível, precisa de descer do pedestal e encarar a realidade dos factos.
O jogo de ontem evidenciou o que de melhor e pior têm as duas equipas. O Porto tem um meio-campo fortíssimo. Como se não bastasse, em vez de James teve Defour, o que lhes deu ainda mais consistência. Pressionaram muito e bateram muito, e rapidamente se percebeu que naquele meio campo nada passaria. O controlo do jogo no centro do terreno era completamente do Porto. Mas se tinham o controlo no meio, não tinham peso na frente para sequer assustar. Os dois golos são fortuitos, e não tiveram uma única oportunidade em 90 minutos. Do lado do Benfica houve a clarividência (ou a necessidade) de recorrer ao futebol directo. E a verdade é que de uma forma pouco estética, confusa, individualista e nervosa, conseguimos criar dois lindos golos, atirar uma bola ao poste, e criar muitos momentos de pânico junto à baliza do Porto. O futebol do Benfica resumiu-se praticamente a bolas bombeadas para as laterais, onde cruzamentos, ressaltos, cantos e lançamentos que permitiram colocar muitas bolas na área. Foi bonito? Nada. Mas podia ter sido muito eficaz. Soubéssemos tirar melhor partido dos livres e cantos (outra vez vergonhosamente marcados), com um pouco mais de sorte nas segundas bolas que pingaram na área, e podíamos ter terminado o jogo de ontem com uma vitória retumbante. Resumindo e concluindo, o Porto tem uma atitude e um controlo sobre o jogo absolutamente invejáveis. Mas se espremermos o jogo ao que se passou perto de cada uma das balizas, a vitória só podia ter sido nossa. Ontem, sem meio campo, sem talento, e sem brilho, merecemos claramente ganhar. Isso deixa-me confiante para o futuro, mas não me tira da boca o gosto de clube pequeno com que fiquei no final do jogo.
Jesus. Por uma vez não me vou alongar sobre o modelo táctico do Benfica. É o que temos, tipo uma doença venérea, e é com isso que temos de viver. Dentro do constrangimento que é jogar sem meio campo, creio que soubemos eficazmente usar as armas ao nosso dispor, e por isso Jesus está de parabéns. Ficaria doente se tivéssemos insistido em jogar de igual para igual no meio campo (eles com 4 e nós com 2). Jogámos ao pontapé para a frente, o que, dentro das condicionantes do jogo, era a única solução, e soubemos tirar partido das fraquezas do Porto na defesa. No entanto, não posso concordar com a equipa escalada por Jesus, e as substituições foram de bradar aos céus. A saída de Enzo por Martins é por demais absurda, e colocar Aimar a disputar bolas de cabeça na frente é de ir às lágrimas. Jesus parece ter esquecido os jogos absolutamente excepcionais que André Gomes e Ola John têm feito. A não convocatória do André em detrimento de Martins (foi o primeiro jogo da época?) é absolutamente incompreensível... e como precisou o Benfica (e o Super-Matic) de alguém no meio capaz de correr 13 kms e de disputar as segundas bolas que caíram todas para o lado do Porto (pudera!). Tivesse Enzo escudado por Matic e André Gomes, e não tinha precisado de sair a meio com a cabeça que nem uma barata tonta.
João Ferreira é de longe o árbitro mais isento da nossa medíocre Liga. O que não quer dizer que seja o melhor. Ontem errou várias vezes. Vários foras de jogo mal assinalados (para os dois lados) e muita permissividade em relação ao jogo duro. Maxi devia ter ido para a rua, é óbvio.... Esteve a pedi-las, estupidamente, o jogo inteiro. Mas clamar pela expulsão de Matic, é o mesmo que admitir que Moutinho, Fernando, Varela e Mangala (que fizeram mais faltas, e bem mais duras) também podiam e deviam ter ido para o banho mais cedo. Gosto de João Ferreira. Errando muito ou pouco, é o que de mais isento anda por cá. No fim, choraram os do costume, porque afinal, nalgumas coisas, também são muito muito pequenos.
Houvesse Deus, e o passe teleguiado que isolou Cardozo tinha terminado no fundo da baliza. Aimar não é Deus, mas anda lá muito perto. Uma tragédia, isso sim, seria perder o mago para um Dubai qualquer. Na nação benfiquista continua a temer-se aflitivamente a possível ida de Jesus para os Andrades. Por mim podia ir hoje, que eu ainda lhe punha um laçarote. Só um talento natural como Jesus seria capaz de rebentar com tudo o que de bom tem aquele balneário. Se os Benfiquistas pensassem um pouco mais profundamente, podiam tentar imaginar o que seria o efeito de Pablo Aimar no meio campo do Porto. Seria caso para fazerem uma corrente humana à volta do Estádio para impedir a saída do maior e melhor jogador que passou pelo nosso clube nos últimos 20 anos. Mas não.... bom bom é o Jasus.... ele valoriza muita jogadores....
PS - Alguém lembre o deus-sol que o mercado está aberto e é possível nos próximos 15 dias contratar jogadores de forma a colmatar algumas lacunas, tipo, sei lá, quatro laterais....
6 comentários:
Foi o Nico quem fez o passe para o Cardozo...
O camisola 20 fez uma grande exibição!
Para os desmiolados que escrevem neste famigerado blogue, pretenciosos conhecedores de futebol, mas
totalmente ignorantes sobre o que é gerir um clube de futebol, ou qualquer empresa, deixo as seguintes estatísticas. É como dar pérolas a porcos:
Posse do bola 50%/50%.
Remates Benfica-10/Porto-5.
À baliza 5-2! Na 2ª parte os andrades não fizeram um único!
Artur não fez uma única defesa. Mas deu o 2º golo, o único remate do Jackson!
Cantos foram apenas 7-1!!
Os golos andrades foram ofertas da defesa benfiquista.
Faltas 16 (3 amarelos) contra 20 (1 amarelo)!
1 bola no poste pelo Cardoso com a consequente defesa do jogo do Helton.
Os 2 golos do Benfica correm o mundo! (O do Porto, falhanço do Artur, correm também mundo)
O golo do Matic o melhor do ano?
6 foras de jogo para os andrades, 1 apenas para o Benfica.
Os andrades no fim a perder tempo e a meter defesas para aguentar o resultado!
Quem deu uma lição táctica?
Essa estatistica é muitissimo esclarecedora. Já que sabes copiar estatistica, diz me lá qual é o registo do Benfica de Jesus em jogos contra o Porto? Agradecido.
Mais ou menos a mesma coisa mas dito por quem percebe de bola:
http://lateral-esquerdo.blogspot.pt/2013/01/sl-benfica-x-fc-porto-antes-de-irmos-ao.html
A parte do estofo doi. La' esta', e' daquelas coisas que vem de cima.
Mas o que doi mais e' que se o George Geesus quisesse, era um treinador imparavel. So' que nao sei se nao quer, se o ego nao deixa. E' pena, o homem percebe daquilo como poucos.
Ja' quanto ao "treinador" dos outros, nao podia discordar mais. E' um lambe-cus de todo o tamanho, como atesta o percurso que teve ate' chegar la', e se nao fosse ter sempre os Proencas do lado dele, nem para o Sporting servia. Mas no fundo, acho que e' o treinador ideal para os lagartos. Merecem-se.
Tambem nao percebi o desaparecimento dos Andres dos 18 de ontem. Mas como nao tenho visto jogos este ano, nao vou comentar. So' acho esquisito.
Estou aqui a analisar as estatisticas que o Manuel deixou mas nao consigo encontrar a licao tactica. Pelo menos o canto dos gajos nao foi golo.
A única coisa que eu vi a mais no Porto e que é incompreensível foi a maior frescura física. De uma equipa que andava de rastos pois até o velhote Lucho é obrigado a fazer 90 sobre 90 minutos, apareceram ontem como se fosse o primeiro jogo da época. Desconfio muito destes súbitos picos de fora quando nas semanas anteriores andam de rastos.
Mas é o que dizem da amarelinha. Fico curioso para ver a forma fisica deles nos próximos jogos.
Só fico é de queixo caído com os grandes elogios a uma equipa que fez 0 em termos ofensivos. O que eles tiveram foi o que nós lhe demos. De resto foi um manancial de distribuir porrada durante os 90 minutos. Foi mesmo preciso esperar pelos 80 e poucos minutos para ver um jogador amarelado deles. E só o foi porque já tinha feito várias faltas antes sendo 2 delas para claros amarelos. Uma entrada de Fernando igual à que André Gomes fez com o Guimarães e lhe valeu a expulsão directa por este mesmo árbitro ontem nem falta deu.
Por outro lado o pontapé para a frente. Lembro-me bem como perdemos o jogo na época passada para além do golo em fora-de-jogo. Em saídas para o contra-ataque com a bola controlada perdemos duas bolas. Uma mão de Lucho que cortou um lance. O outro uma falta sobre Witsel. Em ambos os lances o Proença mandou seguir (tal como João Ferreira deixou seguir alguns lances ontem) e sofremos dois golos.
Enviar um comentário