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Eusébio +10: Um xanax, naquela da amizade

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Um xanax, naquela da amizade

Pelas crónicas dos jornais, o funeral é amanhã. Segundo os comentários on-line dos sempre genais leitores, que nem português sabem escrever, o enterro devia ter sido na semana passada porque o cadáver já cheira a podre.
Será possível que, cada vez que o Benfica não ganha dois jogos seguidos, venha logo a cassete do ai-que-desgraca-o-campeonato-está-perdido? Jogaram mal? Sim, jogaram mal e porcamente (e note-se que só consegui ver a partir dos 25 minutos, portanto parece que perdi a parte pior). Deviam ter insistido, sobretudo na segunda-parte quando se tornou evidente que com um bocadinho de jeito os dinamarqueses ficavam a ver o jogo? Deviam, pois claro. Sem stresses, dávamos três aos gajos. Mas o ano passado quando empatámos com o Lille (que também era o "quarto" do grupo, e também não valia nada, e depois quem se lixou foi o Manchester...) em Paris também vieram logo as carpideiras do costume, com a jornalistagem à cabeca, a dar a extrema-uncão. As mesmas carpideiras, aliás, que depois foram à boleia das vitórias contra Manchester e Liverpool para vender publicidade e audiências, para depois voltarem ao negócio fúnebre quando o campeonato ficou irreversivelmente perdido e os lagartos nos deram uma banhada.
Ou seja, como dizem os brasileiros: essas carpideiras, P*** que pariu!
Eu tinha escrito há dois ou três dias que só comeco a dizer mal do FS quando estivermos a dez pontos do primeiro lugar no campeonato. E não vou dizer mal do FS. Parece-me que depois da banhada no Bessa e tendo em conta os jogadores que não estão lesionados, não se podia arranjar muito melhor. O Benfica não jogou nada, os dinamarqueses também não. Remataram muito, mas geralmente de longe, e sem perigo. Nos 65 minutos que vi, o Quim não fez defesas - limitou-se a apanhar bolas perdidas e a ver quatro ou cinco remates passarem mais perto da bandeirola de canto do que dos postes. A defesa esteve concentradíssima - quase ao nível do Benfica-Liverpool do ano passado. O ataque não se viu, e não se viu porque o meio-campo não existiu. Se o meio-campo não existe, não há bola, e se quando há bola se manda a dita à bruta para o ataque, os centrais da outra equipa agradecem e rapidamente se volta à parte em que não há bola. Faz impressão que não há quem venha buscar jogo. Um jornal qualquer dizia que o Nuno Assis não pode estar lá à frente e vir cá atrás buscar jogo. Mas pergunto eu: de que serve ele estar adiantado, se a bola está cá atrás, a circular entediantemente defesa-esquerdo-central-trinco-defesa-direito-central, até que alguém lhe dê um castanhão para a outra área? Manuel Fernandes... Tiago... voltem, seus parvalhões... estão tipo mais ou menos perdoados até se arranjar outro parvalhão melhor que vocês...
Espero que a táctica de futebol directo não tenha sido ideia do FS, espero sinceramente que tenha sido a tremideira pós-três-secas dos jogadores... porque jogar futebol directo, e ainda por cima pelo ar, contra dinamarqueses, suecos, noruegueses, alemães, russos, ingleses, finlandeses, holandeses, e todas as outras regiões cujos habitantes têm mais um palmo de altura que a média dos portugueses e brasileiros é um disparate tão grande como seria uma equipa norueguesa jogar contra o Brasil com a bola de pé para pé e em drible curto...
Finalmente, grande jogada do Paulo Jorge ao minuto 75. Comeu dois defesas e não marcou porque não calhou - o guarda-redes atirou-se mais naquela do já-as-comi do que naquela do vou-apanhá-la... mas curiosamente os jornais preferiram centrar-se nos trinta remates para a bandeirola de canto, feitos do grande círculo pelos dinamarqueses. Tudo bem. São pontos de vista.
Eles que continuem a carpir, que nós cá vamos andando. Gracas ao FS, ou apesar do FS. E não vou dizer mal do FS. Eu não vou dizer mal do FS. Eu não vou dizer mal do FS. Eu não vou dizer mal do FS. Não vou dizer mal do FS, pronto!

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